Moralidade cristã


A moralidade cristã segundo Paulo é o caminho do meio, que é o caminho de Cristo, que busca agradar a Deus em tudo, sem se esquecer da sua misericórdia, e que vive no mundo, mas não conforme o mundo.

A moralidade cristã é o conjunto de valores e normas que orientam a conduta dos seguidores de Cristo, de acordo com a Sua vontade revelada na Bíblia. Esses valores e normas são baseados nos princípios morais judaico-cristãos, que têm sua origem na lei de Deus dada a Moisés e nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos.


Ensinos de Paulo

Um dos apóstolos que mais se dedicou a ensinar sobre a moralidade cristã foi Paulo, que escreveu diversas cartas às igrejas que ele fundou ou visitou. Nessas cartas, Paulo abordou vários temas éticos, como a sexualidade, o casamento, o trabalho, a justiça, a caridade, a liberdade, a consciência, a fé e as obras.

Paulo enfatizou que a moralidade cristã não é uma mera observância de regras externas, mas uma expressão da graça de Deus que transforma o coração e a mente dos crentes. Ele disse: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10).

Paulo também destacou que a moralidade cristã não é uma imposição de uma cultura ou de uma tradição humana, mas uma adaptação ao contexto e às circunstâncias de cada época e lugar. Ele disse: “Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo por causa do evangelho, para ser co-participante dele” (1ª Coríntios 9:22-23).

Paulo ainda ressaltou que a moralidade cristã não é uma questão de legalismo ou de libertinagem, mas de equilíbrio e de discernimento entre o bem e o mal. Ele disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1ª Coríntios 6:12).


Ilustração

Para ilustrar melhor, lembro da história de dois irmãos que tinham raízes cristãs: Tiago e João. Tiago era muito rigoroso consigo mesmo e com os outros. Ele seguia à risca todas as doutrinas bíblicas e usos e costumes elencados na igreja onde congregava e leis da sociedade. Ele não bebia, não fumava, não jogava, não mentia, não roubava, não adulterava. Ele achava que assim estava agradando a Deus e garantindo a sua salvação.

Seu irmão João era muito relaxado consigo mesmo e com os outros. Ele achava que podia fazer o que quisesse, desde que tivesse fé em Cristo. Ele bebia, fumava, jogava, mentia, roubava, adulterava. Ele dizia que assim estava usufruindo da liberdade que Cristo lhe dera e confiando na sua graça.

Um dia, os dois irmãos foram visitar Paulo na prisão. Paulo ficou feliz em vê-los, mas também preocupado com eles. Ele percebeu que eles estavam errando em seus conceitos sobre a moralidade cristã. Então ele lhes disse:

Meus irmãos, eu vos amo em Cristo Jesus e quero o vosso bem. Mas eu vos exorto a reconsiderar o vosso modo de viver. Tiago, tu és zeloso da lei de Deus, mas te esqueces do amor de Deus. Tu julgas os outros pela aparência, mas não examinas o teu coração. Tu te orgulhas das tuas obras, mas não reconheces a tua dependência da graça de Deus. Tu precisas aprender a ser mais humilde, misericordioso e grato.

João, tu és grato pela graça de Deus, mas te descuidas da lei de Deus. Tu abusas da tua liberdade, mas não respeitas a tua consciência. Tu te aproveitas das coisas do mundo, mas não frutificas para o Reino de Deus. Tu precisas aprender a ser mais responsável, prudente e santo.


Aplicação

A moralidade cristã não é nem o extremo de Tiago nem o de João. É o caminho do meio, que é o caminho de Cristo. É o caminho que busca agradar a Deus em tudo, mas sem se esquecer da sua misericórdia. É o caminho que usufrui das coisas boas que Deus criou, mas sem se deixar escravizar por elas. É o caminho que vive no mundo, mas não conforme o mundo. É o caminho que faz boas obras, mas não para se justificar, e sim para glorificar a Deus.

Eu vos convido a seguir esse caminho comigo. Eu vos convido a imitar a Cristo, que é o nosso modelo de moralidade. Ele disse: “Eu vim para fazer, não a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 6:38). Ele disse: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra” (João 4:34). Ele disse: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer” (João 17:4).

Meus irmãos, sejamos como Cristo, que fez tudo para a glória de Deus e para o bem dos homens. Sejamos como Paulo, que disse: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1ª Coríntios 10:31). Sejamos como Pedro, que disse: “Visto que Cristo sofreu na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado” (1ª Pedro 4:1). Sejamos como João, que disse: “Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade” (1ª João 3:18).

Essa é a moralidade que agrada a Deus e edifica a igreja. Essa é a moralidade que nos faz felizes e nos prepara para o céu. Que Deus nos ajude a vivê-la!


Por Jornalista Márcio Batista
Fotos: (sik-life/Pixabay) Reprodução / Divulgação


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