Graça complacente


A Graça de Deus e a Santidade Cristã

"O Pastor Responde" recebeu a seguinte pergunta: "Faço parte de um movimento evangélico que a liderança tomou a decisão de pregar um Evangelho fácil e sem responsabilidade com as consequências do pecado. Em suas pregações defendem uma graça liberal, onde o cristão convertido a Cristo pode pecar a vontade e que sua salvação está garantida em Cristo. Qual a resposta do "O Pastor Responde"?

Vamos a resposta: Este é um tema crucial para a nossa fé: a relação entre a graça de Deus e a nossa responsabilidade como cristãos em viver uma vida de santidade e obediência.

Nos últimos tempos, têm surgido diversos movimentos religiosos que distorcem o conceito da graça de Deus, transformando-a em uma licença para o pecado, uma espécie de "graça liberal" ou "graça complacente". Nesse entendimento equivocado, a salvação em Cristo seria garantida, independentemente do comportamento ou das ações do crente. No entanto, essa visão não apenas contradiz as Escrituras Sagradas, como também mina a essência do Evangelho.

A graça de Deus é, sem dúvida, um dos temas mais gloriosos e transformadores da Bíblia. Ela é o fundamento da nossa salvação e a expressão máxima do amor de Deus por nós. Como afirma o apóstolo Paulo em Efésios 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie."

No entanto, a compreensão da graça não pode ser divorciada da sua aplicação prática na vida do crente. A mesma graça que nos salva é a que nos capacita a viver de acordo com a vontade de Deus. Como diz Tiago 4:6, "Ele, porém, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."

O problema surge quando a graça de Deus é mal interpretada e mal aplicada, levando à ideia de que podemos viver em pecado deliberadamente, sem consequências. No entanto, as Escrituras são claras em condenar tal abuso da graça divina. Em sua epístola, Judas adverte sobre aqueles que "transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo" (Judas 1:4).

A graça não é uma desculpa para o pecado, mas um chamado para uma vida de santidade e obediência. O apóstolo Paulo, em Romanos 6:1-2, faz uma pergunta retórica crucial: "Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?"

Portanto, devemos rejeitar veementemente essa falsa doutrina da graça liberal e reafirmar a verdade bíblica de que a graça de Deus nos ensina a renunciar à impiedade e viver de maneira sensata, justa e piedosa (Tito 2:11-12). Somos chamados a "andar como filhos da luz" (Efésios 5:8), a buscar a santificação em todas as áreas de nossas vidas (1ª Tessalonicenses 4:3), e a crescer na semelhança com Cristo (Romanos 8:29).

Como cristãos, precisamos manter um equilíbrio saudável entre a compreensão da graça de Deus como dom gratuito e a responsabilidade de viver em conformidade com os princípios e mandamentos do Senhor. A graça não nos isenta das consequências do pecado, mas nos capacita a superá-lo e a viver uma vida que honra a Deus em todas as coisas.

Que possamos sempre lembrar que a verdadeira graça de Deus não nos liberta para pecar, mas nos liberta do pecado, capacitando-nos a viver uma vida que glorifica o nome do Senhor. Que cada passo que damos seja em humildade e gratidão pela maravilhosa graça que Ele nos concedeu em Cristo Jesus.

Que o Espírito Santo nos guie e nos fortaleça para vivermos em conformidade com a vontade de Deus, para a glória do Seu nome. Amém.


Por Pr Márcio Batista
Foto: (Brenkee/Pixabay) Reprodução / Divulgação


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