Indulgências e Purgatório: Desvios do Verdadeiro Evangelho
Na era medieval, a criação das indulgências, conforme detalhado por Earle E. Cairns, distorceu a essência da igreja de Cristo. Tomás de Aquino, influente teólogo medieval, racionalizou as indulgências, promovendo a ideia de isentar a satisfação necessária no sacramento da penitência. Associadas à penitência, essas práticas implicavam que, além do perdão divino, os pecadores deveriam cumprir exigências temporais, muitas vezes financeiras.
As indulgências eram adquiridas mediante pagamento e livravam o comprador das penalidades do pecado. Essa prática, no entanto, desvia-se fundamentalmente das Escrituras. A Bíblia enfatiza que Jesus Cristo é o único Mediador (1ª Timóteo 2:5) e que a purificação vem pelo perdão divino, não por obras ou transações monetárias (1ª João 1:9).
Além disso, a doutrina do purgatório, promulgada no Concílio de Trento, carece de respaldo bíblico. Contrariando a ideia de um estado intermediário após a morte, a Bíblia afirma que, em Cristo, não há condenação (Romanos 8:1). A redenção de Jesus na cruz é completa, não exigindo processos adicionais.
A Palavra de Deus desafia as doutrinas que desviam a verdade bíblica. Em Efésios 2:8-9, é claro que a salvação é pela graça, não por obras. O purgatório, uma invenção posterior, contradiz a obra redentora de Cristo.
Martinho Lutero, um monge e teólogo do século XVI, desempenhou um papel crucial na Reforma Protestante, que reformulou a igreja e a recentrou em Cristo. Lutero rejeitou vigorosamente a prática das indulgências, que deturpava a mensagem do Evangelho, levando à venda de perdão e desviando a atenção da redenção única através de Jesus.
Sua ação decisiva, simbolizada pelas 95 Teses afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 1517, desencadeou uma revolução teológica. Além disso, Lutero destacou as "5 Solas", princípios fundamentais que resumem sua teologia reformada: sola scriptura (somente a Escritura), sola fide (somente a fé), sola gratia (somente a graça), solus Christus (somente Cristo) e soli Deo gloria (somente a glória de Deus).
Ao rejeitar as indulgências e enfatizar essas "5 Solas", Lutero buscou realinhar a igreja com os princípios bíblicos fundamentais, devolvendo o foco à centralidade de Cristo na salvação pela fé, pela graça e pela Escritura como autoridade suprema. Essa reforma teológica e eclesiástica marcou um ponto de virada significativo na história da igreja cristã.
Ao rejeitar indulgências e o purgatório, voltamo-nos para a simplicidade do Evangelho. A verdade bíblica é clara: a salvação é um dom, obtido pela fé em Jesus Cristo, sem a necessidade de obras ou transações humanas. Esses desvios históricos nos lembram da importância de manter a pureza da mensagem evangélica, centrada única e exclusivamente na obra de Cristo na cruz.
Por Jornalista Márcio Batista
Fotos: (tama66/pixabay) Reprodução / Divulgação
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