O pacto de Lausanne sugere três formas possíveis de conformidade entre a evangelização e a ação social. A primeira é a ação social como consequência da evangelização. A segunda é a ação social como ponte para a evangelização. E a terceira é a ação social como parceira da evangelização. Diante disto, cremos que o serviço cristão tem relação com o compromisso do crente no Reino de Deus. A recomendação do apóstolo Tiago no capítulo 2 e nos versículos 14 a 17, ele enfatiza o apoio da igreja aos necessitados. Tiago mostra-nos que o serviço é uma consequência natural da nossa salvação, é a nossa fé em ação.
A Mama Maggie, conhecida no Oriente Médio, principalmente no Egito como a “Madre Thereza” daquela região, faz um trabalho realmente de entrega e devoção a Deus. Ela lecionava em uma grande Faculdade no Egito, mas, Deus lhe quis “promover” e deixou tudo por amor aos pobres. Deus disse a ela, “deixe os melhores, os mais inteligentes, e vá para os mais pobres dos pobres”. Uma lição de vida, de entrega pelos fracos, perdidos, desnutridos, desnudos, e sedentos por Jesus Cristo.
Alguns entendem que diaconia é servir a Igreja e ao pastor, mas, vai além das quatro paredes.
Diaconia significa servir ao próximo. Servimos porque fomos alcançados pelo amor de Deus e outros necessitam também deste amor. Como que uma pessoa necessitada conhecerá o amor de Deus por ela? Através de nós, que conhecemos e experimentamos este amor. Jesus disse, “tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver”, Mt 25.35-36. O amor às pessoas por causa do nosso Deus deve nos levar ao cuidado dos necessitados e também dar-lhes a oportunidade de salvação. É nossa responsabilidade, é a tarefa da Igreja, dos que professam a fé em Jesus. A genuína espiritualidade possui como base de sustentação uma fé que gera serviço. Este serviço é fruto de nossa fé e comunhão com Deus. Amar ao próximo, significa atender não só o campo espiritual, mas também as dificuldades que levaram aquela pessoa a penúria e insuficiencia. São pessoas que carecem de aceitação, de amor e principalmente de atenção.
Jesus nos deixou um grande exemplo, em diversas situações Ele compadeceu-se das pessoas, via os enfrentamentos, conhecia as necessidades. Quando uma grande multidão O seguia, teve compaixão e naquela oportunidade ocorreu a grande multiplicação de pães. Apenas com cinco pães e dois peixes, foi o suficiente nas mãos de Jesus para servir todo o povo e ainda sobrar 12 cestos cheios de pães. Jesus nos ensina que além do pão celestial, devemos observar também as necessidades pessoais. Quando atendemos ao necessitado, damos a eles dignidade e esperança. Muitas das vezes são pessoas destituído de autorrespeito, autoestima e autoimagem.
Mama Maggie conta a história de um menino que estava pronto para cometer suicídio. Ele não tinha mãe, mas aquela mulher aproximou-se dele, o abraçou e disse-lhe, “posso todas as coisas naquEle que me fortalece”, texto do apóstolo Paulo à Igreja de Filipenses. A partir daquele momento a vida daquele menino pobre e indefeso teve uma trajetória diferente, Jesus lhe deu um novo coração, uma nova vida. Agora ele é bem-sucedido na vida e homem de negócios. O evangelho faz isso, através de nós. Cada cristão é um seguidor de Jesus, cada seguidor de Jesus é um discípulo, cada discípulo um apregoador do evangelho e um colaborador de Deus na mudança de vidas.
É impossível dizer “Jesus te ama” a um pobre, miserável e nú, sem dar-lhe o que realmente ele precisa. Se queremos mudar o mundo, devemos começar com o tipo de evangelho que estamos pregando. Confunde-se evangelho com riquezas, com portas abertas, com carro na garagem, com emprego e grandes salários, com casa, apartamento de alta padrão. Isto não é evangelho. Evangelho é atender ao pobre, conforme ressalta o salmista no Sl 41.1a. A Bíblia Sagrada traz diversas recomendações, “o que vê com bons olhos será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre”, Pv 22.29. Quando levamos o evangelho que atende ao pobre, estamos plantando em seu coração o amor de Deus e a Sua misericórdia.
Enfim, a nossa responsabilidade, pesa em nossos ombros, e ao ver o necessitado, devemos levar-lhe o alento e dar-lhe dignidade e empatia. A empatia é a capacidade de compreender o sentimento ou reação do próximo imaginando-se nas mesmas circunstâncias. Fala-se de compreensão, compaixão, humildade, altruísmo, amor ao próximo. São sinônimos que nos levam a pensar no homem que teve todos estes predicados reunidos em um só lugar, Jesus. Quando o apóstolo Paulo diz, “não vivo mais eu, Cristo vive em mim”, significa que Jesus dirige nossos passos e nos leva no mesmo caminho que Ele trilhou aqui.
Quando Santa Catarina foi atingida por fortes chuvas, milhares de casas em diversas cidades ficaram cobertas por água e outras destruídas por desmoronamentos. Uma igreja Evangélica, através de seu pastor, abriu as suas portas, aos desabrigados. A imprensa foi até lá e perguntou ao povo, “e o padre da Igreja Católica?”. Responderam, “sumiu”. Naquele local, os evangélicos foram vistos com bom olhos pela sociedade, e foram o canal de mudança de muitas vidas. Evangelho é ajudar, é servir.
Por Pr Márcio Batista
Foto: Christianity Today
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